Quando
os investigadores conseguiram finalmente entrar nesse misterioso bombardeiro
que pousou sozinho, surgiram mais perguntas do que respostas. Eles não estavam
preparados para o que encontrariam ali — você já viu alguma coisa do tipo?
Em
23 de novembro de 1944, algo aconteceu numa base aliada em Kortenberg, na
Bélgica, que ainda não foi completamente explicado. Naquele dia, um bombardeio
americano B-17 estava se aproximando de três pontos de defesa antiaérea dos
Aliados, e parecia que o avião cairia bem em cima deles.
Os
soldados no chão perceberam que o trem de pouso do bombardeiro estava abaixado,
e devido à maneira pela qual ele estava voando, eles admitiram que o avião
havia sido danificado ou alguém da tripulação estava machucado.
Ele
estava descendo rápido, e o bombardeiro de 15 toneladas estava caindo do céu
bem na direção deles — eles se agacharam e se prepararam para o impacto.
O
bombardeiro passou muito perto da defesa antiaérea e atingiu o chão como uma
rocha. A força extrema do impacto fez com que o gigantesco bombardeiro virasse
de um jeito estranho e batesse as asas no chão. Pedaços de hélice foram
arremessados para todo lado.
O
bombardeiro finalmente parou a cerca de 30 metros da defesa antiaérea. Os
motores continuaram funcionando enquanto as testemunhas seguravam a respiração.
Eles
esperaram, esperaram e esperaram um pouco mais, mas ninguém saiu da “Fortaleza
Voadora”. Os soldados no chão começaram a se perguntar, “onde raios está a
tripulação?”.
Os
homens no chão certamente não sabiam o que pensar e definitivamente não sabiam
como ajudar. Não veio nenhum pedido de socorro do avião, e os homens
posicionados na defesa antiaérea estavam preocupados desde o início. Cinco
minutos se passaram e ninguém saiu do avião. Passaram-se mais 10, 15 minutos, e
nenhum sinal de vida.
Afinal
de contas, era a “Segunda Guerra Mundial”, e táticas de aproximação furtiva
eram utilizadas por ambos os lados. O avião permaneceu estranhamente quieto.
A
ansiedade começou a aumentar enquanto os motores continuavam funcionando. Após
20 minutos, finalmente, um major britânico chamado John V. Crisp decidiu
investigar, mas até mesmo Crisp estava nervoso e iniciou as buscas com extremo
cuidado.
Os
homens no chão certamente não sabiam o que pensar e definitivamente não sabiam
como ajudar. Não veio nenhum pedido de socorro do avião, e os homens
posicionados na defesa antiaérea estavam preocupados desde o início.
Cinco
minutos se passaram e ninguém saiu do avião. Passaram-se mais 10, 15 minutos, e
nenhum sinal de vida.
A
ansiedade continuou crescendo. As hélices ainda giravam, mas sem sinal da
tripulação. O major Crisp começou a investigar a parte externa do avião.
Não
por estar procurando por algo, mas porque ele não era um aviador, portanto
precisou de algum tempo para descobrir como entrar no avião.
O
major Crisp era um oficial do exército britânico e estava acampado perto dali
com o resto da sua unidade. Ele estava sozinho quando conseguiu entrar no
avião, e agora estava prestes a descobrir algo incrível sobre aquela aeronave.
O
major Crisp estava apreensivo em sua busca, pois esperava encontrar homens
mortos ou feridos. Afinal de contas, por que ninguém teria saído do avião? Ele
atravessou a fuselagem em que geralmente ficava a maior parte da tripulação de
um B-17G.
O
major encontrou algumas barras de chocolate pela metade, e mais tarde comentou,
“havia evidência de ocupação recente por todo lugar”, mas ele não conseguiu
encontrar ninguém a bordo daquele B-17G.
O
que ele encontrou foram 12 paraquedas sem uso, o que era estranho, já que sua
busca havia revelado que não havia uma única pessoa a bordo do avião.
O
major Crisp era a única pessoa a bordo e continuava sua busca por pistas que
indicassem o que aconteceu com a tripulação. Ele foi até o cockpit e não notou
nada suspeito. Em outras palavras, o avião não apenas tinha voado sozinho, mas
também pousado sozinho.
Após
algumas tentativas, o major Crisp conseguiu desligar os motores do avião. Ele
também encontrou os registros da aeronave e percebeu que havia algumas palavras
escritas.
Mas
onde estava a tripulação? As investigações posteriores deixariam as forças
aliadas perplexas, e a história da “Fortaleza Fantasma”, como a revista Stars
and Strips chamou o avião, começou a circular.
O
incidente foi reportado e uma investigação começou imediatamente, já que os
comandantes temiam pelo pior. Para complicar ainda mais as coisas, o B-17G que
pousou sozinho não tinha nem nome. O major Crisp reportou o incidente aos seus
superiores, e uma equipe foi enviada para investigar.
Os
investigadores chegaram e encontraram o número de série do bombardeiro, e isso
permitiu que os comandantes da 8ª Força Aérea dos Estados Unidos identificassem
o avião como parte do 91º Grupo de Bombardeiros, que era um contingente de
B-17Gs que operavam na região da Ânglia Oriental, no leste da Inglaterra. O
avião havia realmente decolado de lá com sua tripulação, mas eles haviam
sumido.
Assim
que o esquadrão e o avião foram identificados, começaram a se perguntar sobre a
tripulação e o que aconteceu com ela. O avião estava cheio de evidência de que
eles estiveram a bordo em algum momento. A tampa das bombas havia sido
removida, o que acontece durante um ataque.
Os
paraquedas eram o maior mistério, já que embora eles estivessem a bordo, algum
tempo depois todos os tripulantes do avião foram localizados.
Eles
estavam sãos e salvos em uma base aérea na Bélgica. Os investigadores estavam
surpresos com o que haviam encontrado e resolveram ir mais a fundo.
A
missão desse B-17G era bombardear a refinaria de petróleo Leuna em Merseburg,
na Alemanha, que era um alvo perigoso devido à sua localização na parte
oriental da Alemanha. Nesse ponto da guerra, os Aliados estavam bombardeando
alvos alemães o dia inteiro.
Os
britânicos bombardeavam os alvos alemães à noite, enquanto tripulações
americanas, que saíam da Inglaterra e da Itália, bombardeavam durante o dia.
Como
a precisão dos bombardeios era um grande problema, os estrategistas de guerra
americanos insistiam em missões de dia para realizar ataques mais precisos —
isso deixava os bombardeiros americanos muito mais vulneráveis. Durante a busca
de Crisp, ele encontrou um registro do navegador da aeronave que dizia “Sob
ataque”.
O
tenente Harold R. DeBolt era o piloto do B-17G, e embora o avião fosse novo,
ele era um piloto experiente. O bombardeiro fez uma boa viagem até a Alemanha,
quando o grupo começou o bombardeio. Por alguma razão, o avião não conseguia
manter a mesma altitude do resto do grupo.
Foi
quando uma bateria antiaérea alemã abriu fogo contra o bombardeiro que voava
mais baixo e acertou dois tiros. O compartimento de bombas foi atingido e por
algum milagre não detonou as bombas.
“Nós
fomos atingidos no compartimento de bombas”, disse o tenente DeBolt. “Eu nunca
saberei por que as bombas não explodiram”.
Um
dos motores havia sido danificado por um ataque direto, apesar do fato de que
quando o avião estava se aproximando para pousar, todos os quatro motores ainda
estavam funcionando. Os tripulantes sabiam dos riscos que corriam ao voar
baixo, sozinhos e sobre território inimigo.
O
clima permaneceu péssimo durante todo o dia, e o avião passou por muitos
problemas durante o voo — as condições climáticas na Europa eram terríveis em
1944.
Com
um motor sem funcionar e um compartimento de bombas com problemas, o tenente
DeBolt decidiu abandonar o bombardeio e retornar à base em Ânglia Oriental, na
Inglaterra.
O
tenente DeBolt aplicou o máximo de potência que podia nos motores, mas o avião
continuou perdendo atitude aos poucos. Então ele ordenou que a tripulação se
livrasse de todos os equipamentos; eles seguiram as ordens, mas o avião
continuou caindo.
A
tripulação tinha esperança de que o avião chegaria à base aérea, mas a situação
piorava a cada momento. Então, de repente, um segundo motor parou de funcionar,
e o tenente DeBolt não teve escolha; ele teria que dar a ordem para abandonar a
aeronave.
Ele
colocou o avião num percurso em direção à Bélgica e ordenou que a tripulação
preparasse os paraquedas.
O
avião não conseguia manter sua altitude após o ataque, e o piloto Harold R.
DeBolt teve de dar meia-volta. Quando o segundo motor foi comprometido e parou
de funcionar, DeBolt sabia que o avião não chegaria ao Canal da Mancha.
Foi
quando ele direcionou o avião para Bruxelas, na Bélgica, que era onde ficava a
base da 8ª Força Aérea dos Estados Unidos. A tripulação abandonou o avião e
DeBolt foi o último a sair. Ele colocou o avião no piloto automático e pulou.
Eles acreditavam que o avião não demoraria a cair.
Um
avião voando sozinho não eram algo incomum na “Segunda Guerra Mundial”, mas um
B-17G com dois motores tinha poucas chances de permanecer no ar nessas
condições.
A
tripulação acompanhou o avião voando, mas uma enorme nuvem fez com que eles o
perdessem de vista. Sem a tripulação saber, o avião continuava voando quando
eles chegaram ao solo.
É
incrível que o avião tenha voado por quilômetros sozinho com apenas metade dos
motores funcionando, mas parece que foi o que aconteceu.
O
capitão reportou que ele e sua tripulação haviam abandonado a aeronave perto de
Bruxelas, na Bélgica. Para os investigadores, essa era uma explicação que fazia
sentido, mas ainda havia algumas discrepâncias a serem resolvidas.
Havia
uma tripulação sem paraquedas, um avião que voou sozinho por quilômetros com
motores destruídos e discrepâncias no relatório da investigação — o que tornava
essa história do bombardeiro fantasma muito confusa e estranha.
As
chances de um avião sem nome ir tão longe e ainda pousar sozinho eram mínimas. De
todas as possibilidades do que poderia acontecer com o avião no ar, é
inacreditável que o avião tenha pousado sozinho — o que, naquelas condições,
seria difícil até mesmo com um piloto.
Parte
do mistério gira em torno de uma questão: por que havia relatórios conflitantes
entre o que os soldados no local do impacto viram após o pouso do avião e a
versão da tripulação dos eventos antes de abortarem a missão? A tripulação
reportou que durante a sua missão, um motor foi destruído e outro parou de
funcionar.
No
entanto, os soldados no local reportaram que todos os quatro motores estavam
intactos — até um ser destruído durante o pouso — quando o avião estava se
aproximando.
Embora
ambas as versões tenham sido registradas na investigação oficial, a contradição
nunca foi resolvida. Havia algum furo na história da tripulação?
Outra
discrepância que nunca foi realmente resolvida era o fato de que os tripulantes
haviam reportado que estavam sendo atacados, e por isso eles decidiram abortar
a missão. No entanto, o major Crisp e os outros soldados não reportaram
qualquer dano físico no avião que indicasse um ataque.
No
entanto, devido ao pouso violento do avião, uma explicação possível para a
discrepância é que Crisp e os outros soldados não eram treinados para
identificar a diferença entre danos de um ataque inimigo e danos causados pelo
pouso violento.
Se
a história da tripulação era verdadeira, é bizarro que o major Crisp tenha
encontrado todos os paraquedas a bordo. Apesar de ser plausível que eles tenham
decidido abandonar a aeronave se eles acreditavam que ela havia sofrido muitos
danos, é difícil entender como eles saíram do avião sem paraquedas.
Infelizmente,
o relatório oficial não resolve essa discrepância, então talvez nunca saibamos
por que os paraquedas foram deixados para trás.
E
como a tripulação teria sobrevivido após pular do avião sem utilizar os
paraquedas? A única resposta remotamente possível é que talvez o major Crisp
tenha identificado as mochilas dos paraquedas, mas não havia paraquedas dentro
delas — porque eles haviam sido utilizados. Mas o relatório não trata
oficialmente dessa questão, portanto nunca saberemos ao certo.
Talvez
o major Crisp tenha entendido errado, e talvez os soldados no local do impacto
também, mas o fato mais impressionante permanece: o B-17G conseguiu pousar
sozinho.
O
B-17G era uma aeronave muito robusta e resistente que podia suportar fortes
danos. O tenente DeBolt fez o que achou melhor para a sua tripulação, mas o seu
avião estava determinado a levar todos eles para casa.
O
B-17 também estava determinado a levar a sua tripulação para casa. Mesmo com
apenas uma asa e meia, ele conseguiu pousar. Mas pelo menos esse avião tinha um
piloto e uma tripulação dentro. Aviões têm a função de piloto automático, mas
não são capazes de pousar sozinhos! (Por Stephanie Faratiana, da Trends
Catchers)
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