quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Os corpos defumados em Papua Nova Guiné

Para poder se lembrar de seus familiares e antepassados, a tribo Kuku-Kuku – população que habita a região de Aseki, em Papua Nova Guiné – costuma queimar os corpos daqueles que se foram e deixá-los expostos para quem quiser ver.

Isso pode parecer muito estranho para a nossa realidade, mas a tradição diz que, quando alguém parte dessa para uma melhor, o corpo deve ser colocado sobre uma fogueira até que a fumaça retire toda a sua umidade e confira propriedades antibacterianas. 

Descobertos apenas na década de 1950, os corpos defumados da tribo Kukukuku atraem os olhares curiosos de vários turistas pelo mundo.

Menyamya, região montanhosa e remota da Papua Nova Guiné, atrai a curiosidade de alguns por ser palco de um costume diferente aos olhos da sociedade Ocidental. 

Aqueles que se arriscam a chegar até Menyamya, o fazem buscando conhecer os famosos corpos defumados de Aseki do povo Anga.

Quase como um cenário de terror, dos vãos da montanha surgem corpos avermelhados, pendurados em gaiolas e posicionados como se estivessem zelando pelas comunidades do pé da montanha. 

A tribo Anga, ou Kukukuku, é a responsável pelos rituais de enterro nas cavernas e encosta do monte Menyamya.

Conhecidos como um povo violento e temido em aldeias vizinhas, a cultura e prática dos Kukukuku ficaram desconhecidas por muitos anos, até que na década de 1950, Walter Eidam, um missionário que viveu com os Anga, revelou a prática dos corpos defumados.

Segundo a cultura, cada corpo é esfaqueado várias vezes para que todos os líquidos possam sair. Posteriormente, os órgãos são retirados pelo ânus e, então, o corpo é colocado acima de uma fogueira para defumar. A prática elimina toda a gordura e a fumaça serve como bactericida.

Atualmente a tribo não realiza mais esse tipo de enterro para todos da aldeia. Apenas os grandes guerreiros e pessoas importantes são enterrados nesse tido de ritual. Os falecidos que não passam por esse ritual costumam receber enterros cristãos muito semelhantes aos que conhecemos.

Entre os corpos que são defumados, alguns são colocados em covas. Porém a tribo costuma escolher alguns (possivelmente os que são considerados mais bonitos) para ficar expostos.  

Para isso, eles utilizam as estruturas de bambu que sustentaram o corpo durante a defumação para carregá-lo até o alto de um penhasco, onde ele ficará pendurado de frente para o vilarejo. O corpo ficará lá no alto até que seus parentes decidam trazê-lo de volta para algum tipo de celebração.

O mais impressionante é que a região é aberta para visitação, ou seja, quem quiser conferir um pouco da cultura da tribo pode ir até lá e ver os corpos defumados com os próprios olhos. (Fonte: Blog Museu de Imagens)




segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Kalkajaka, a montanha da morte

Como uma ilha perdida em um mar verde, uma grande massa de pedras negras se destaca contra o céu do nordeste da Austrália, destoando de tudo a sua volta. Essa é a região das “Black Mountains”, conhecida pelo povo aborígene como "Kalkajaka" (A "Montanha da Morte" em dialeto aborígene).

Segundo as tradições, trata-se do lugar mais assustador do mundo, localizado no território de Queensland, a apenas 25 quilômetros ao sul de Cooktown.

Os aborígenes evitam esse lugar a todo custo, aludindo a antigas lendas repletas de horror e medo. Os homens brancos se surpreendem com a quantidade de pessoas que tentam explorar essa região e que jamais são vistos novamente, como se tivessem sido engolidos pela terra. Pássaros e animais também evitam essa área erma e silenciosa.

Até mesmo aviões raramente cruzam o céu, uma vez que relatos sobre estranhas turbulências e perturbações magnéticas, já causaram inúmeros problemas a aeronaves. Em 1991, um avião à serviço do “Bureau de Recursos Minerais” voava sobre “Black Mountain” seguindo para o norte.

Utilizando um magnetômetro de hélio e um espectrômetro, a tripulação conduzia testes para averiguar a presença de rochas magnéticas e fazer a medição dos níveis de radiação. Os resultados foram negativos, mas de repente uma repentina turbulência, surgida do nada, derrubou o avião.

Os mistérios que cercam os desaparecimentos e ocorrências sobrenaturais continuam desafiando os céticos. As pessoas que habitam a região próxima alertam os exploradores:

“Qualquer um disposto a explorar Kalkajaka deve estar bem equipado e preparado para enfrentar muitos perigos – desde deslizamentos, areia movediça e cânions, até se deparar com uma infinidade de serpentes venenosas."

As “Black Mountains” surgem abruptamente na paisagem, como se fosse um colossal monte de carvão, descarregado por milhares de caminhões no meio de uma vastidão de árvore verdejantes, em sua maioria eucaliptos.

Essa montanha tem três quilômetros de comprimento, e o que parecem pedaços de carvão são na realidade grandes pedregulhos negros, alguns com até seis metros. Uma estrada tortuosa conduz até o topo. Lá no alto, existe uma parada para descanso com um mirante de onde se pode contemplar a paisagem selvagem.

Segundo geólogos, essas montanhas se formaram há cerca de 250 milhões de anos atrás. Elas são o resultado da produção de magma endurecido que gradualmente sofreu erosão, atingindo uma altura máxima de 300 metros.

Em face de fatores climáticos, os colossais blocos de basalto negro se deterioraram, esfacelando-se em milhares de peças individuais de todos os tamanho e formas.    

Mas os entusiastas de mistérios tem uma opinião diferente a respeito da formação de Kalkajaka. Embora o processo geológico seja um padrão reconhecido para a formação dessas montanhas, as “Black Mountains” apresentam características peculiares.

É por isso que muitas pessoas afirmam que esse relevo parece ter sido de alguma forma construído por meios artificiais.

Alguns vão mais longe, afirmando que restos de uma antiga civilização, datando da aurora da humanidade (ou talvez até mais antiga que o próprio homem) pontilham a região.

Os recessos da montanha esconderiam segredos assombrosos: pinturas rupestres representando magníficas cidades e seres estranhos, haveriam ainda ruínas de reinos fantásticos com torres e cúpulas abobadadas, câmaras profundas repletas de artefatos desconhecidos e, é claro, riquezas incríveis.

Segundo os aborígenes, existe um caminho que conduz ao coração da montanha, mas ele é guardado pelos espíritos dos mortos, por demônios abomináveis e milhares de serpentes venenosas que agem como guardiões desses segredos.

Lendas antigas e modernas mencionam um portão que leva a um império subterrâneo, um dia habitado por uma espécie de seres muito diferentes da raça humana.

Outras estórias mencionam uma raça "reptiliana" servida por humanos degenerados transformados em escravos para servir às suas vontades. Fala-se ainda em tecnologia avançada, de magia utilizando cristais e de coisas desconhecidas que homem algum deveria conhecer.     

Nas tradições orais do povo aborígene, as ”Black Mountains” sempre fizeram parte de narrativas aterrorizantes. Até os dias atuais, vigora um tabu a respeito de tudo que envolve essa região. Os poucos nativos que aceitam falar a respeito dela, afirmam que se trata de um lugar maldito, onde imprevisíveis eventos sobrenaturais tendem a ocorrer.

Alguns mencionam presenças indescritíveis, uma sensação palpável de estar sendo observado e de sons misteriosos que não pertencem a nenhum animal conhecido.

Comentam que objetos de metal se comportam de modo estranho, sendo atraídos por forças invisíveis, sente-se odores nauseantes e um ruído persistente e enervante no fundo da mente.

Se nada disso fosse suficiente para multiplicar os boatos, a própria natureza parece conspirar contra a presença de visitantes. Muitas das estórias sobre aventureiros que visitam as “Black Mountains” terminaram de forma trágica.

Estima-se que centenas de pessoas simplesmente sumiram enquanto vagavam pelas montanhas. Os corpos de muitos foram resgatados, a maioria vítima de acidentes envolvendo quedas fatais, mas eventualmente circunstâncias mais estranhas.

Ao menos é nisso que acreditam os frequentadores do “Lion Den Inn”, um dos pubs mais populares da “Península de Cape York”. O bar em Cooktown é o ponto de encontro de habitantes, de aborígenes, bem como dos ocasionais turistas que são atraídos pela aura de mistério que permeia a região.

O “Lion Den” é um ótimo lugar para ouvir estórias contadas por pessoas como Pete Fitzgerald, que vive na cidade há mais de 40 anos.

"Mesmo que você seja um cético, como eu me considero, é impossível descartar todas as coisas esquisitas que acontecem nas “Black Mountains”. Eu vi com meus próprios olhos gente sendo resgatada em completo desespero depois de se perder e passar alguns dias vagando sem rumo.

Participei de pelo menos três grupos de busca, formados por voluntários para resgatar pessoas perdidas, e posso dizer que senti algo estranho ao visitar essa montanha" conta Fitzgerald para quem quiser ouvir, entre um gole de cerveja e outro.

"Há estórias ainda mais antigas a respeito de uma tribo inteira de aborígenes que se escondeu para fugir de inimigos e que desapareceu sem deixar vestígios.

Falam de animais que evitam a área... pois bem, eu vi cães usados por grupos de resgate ganindo e uivando, só de chegar perto do Kalkajaka. Um desses animais, chegou a atacar seu treinador e quando se soltou dele, correu para um despenhadeiro e saltou lá embaixo. E isso não é estória, eu vi acontecer!".

Segundo Fitzgerald e outros frequentadores do pub, os aborígenes temem a montanha por conhecer intimamente os seus segredos. "Mas boa sorte ao tentar tirar deles qualquer estória sobre o Kalkajaka. Eles evitam até falar esse nome, alguns sequer olham na direção das montanhas".

Claro que muitas das estradas construídas e a infraestrutura assentada nos anos 1950 foi trabalho de nativos, mas estes se recusavam categoricamente a passar a noite nas proximidades da montanha.

Mesmo hoje em dia, a população de aborígenes em Cooktown e arredores é pequena em comparação a outros territórios. Mesmo os nativos mais integrados a cultura britânica e afastados de suas próprias tradições, respeitam os costumes tribais no que tange às “Black Mountais”.        

Uma das únicas lendas compartilhadas pelos aborígenes a respeito do Kalkajaka, diz que quando o mundo ainda era jovem e a raça humana apenas engatinhava, viviam naquelas montanhas membros de uma tribo maligna conhecida como "Devoradores de Carne".

Esta tribo praticava rituais terríveis, adoravam demônios que viviam no interior da montanha e ofereciam a eles sacrifícios em troca de conhecimento e magia.

Tão grande era o terror que despertavam nas tribos vizinhas que estas concordaram em pagar um tributo aos feiticeiros, enviando-lhes mulheres e crianças para que estes satisfizessem seus apetites.

Um dia, uma vítima escapou e não havendo ninguém para oferecer em seu lugar, as tribos falharam em fazer a sua oferta. Sentindo que sua autoridade estava sendo desafiada, os “Devoradores” desceram a montanha na direção de um vilarejo. Lá capturaram várias vítimas que encontraram adormecidas e os arrastaram consigo para seu refúgio.

Sabendo que as tribos jamais teriam paz enquanto vivessem nas “Montanhas Negras”, elas decidiram deixar tudo para trás e partir. Apenas a fome poderia acabar com os “Devoradores”, a lógica é que se lhes fossem negado sacrifícios para aplacar o desejo dos Demônios, estes iriam se voltar contra eles.

As tribos então partiram para longe, onde não poderiam ser alcançadas. Desde então, homens e animais passaram a evitavam o Kalkajaka e os “Devoradores de Carne” desapareceram.

Mas ao contrário dos homens que podem morrer, os demônios que vivem dentro da montanha continuam vivos e não perdem a chance de agarrar vítimas.

Naturalmente tudo isso parece nada mais do que superstição, mas a maioria dos habitantes de Cooktown comenta que as montanhas realmente tem uma aura perturbadora. Eles citam os ruídos incomuns que são ouvidos à noite: o som de lamentos, choro, melodias alienígenas e tremores que parecem vir do chão.

Eles dizem que esses sons abafados parecem exercer alguma influência sobre as enormes pítons, as traiçoeiras serpentes venenosas, únicos animais a habitar as “Black Mountains”. O consenso é que as montanhas são perigosas, melhor portanto, ficar longe delas.

Rob Neubarth, que é atualmente o Guarda Florestal de Cooktown já esteve em Kalkajaka muitas vezes e conta:

A maioria das pessoas que explora as montanhas, prefere fazê-lo durante o dia e são raros os que passam a noite por lá. Alguns contam que parece existir uma aura inquietante pesando sobre as montanhas, algo que causa uma angústia quase sobrenatural.

Pessoas se queixam de dores de cabeça e náusea, apenas depois de ficarem algumas horas por lá. Além disso, as trilhas são íngremes e pedregosas, não havendo um único lugar adequado para montar acampamento. No topo, a única vegetação que proporciona alguma sombra são as árvores retorcidas e os arbustos cheios de espinhos.

Os blocos de pedra lisa esquentam horrivelmente e esse calor fica retido durante a noite. É possível sentir através da sola dos sapatos o calor que vem do chão. Nos recessos escuros na montanha se ergue um fedor cáustico de enxofre que domina o lugar, e não há vento que o afaste.

Mas o pior é a escuridão, quando a noite vai chegando e as sombras das montanhas se projetam nas pedras. Tudo fica muito escuro. Você não enxerga um palmo diante do nariz e mesmo as lanternas parecem não iluminar a escuridão.

Rob fez parte de diversos grupos de busca e resgate e sempre que encontra viajantes e turistas interessados em explorar as Montanhas tenta dissuadi-los de acampar no local:


Acampar em Kalakajaka é uma péssima ideia, mesmo para campistas experientes. Não há água, não há iluminação e o terreno é péssimo. Além disso há serpentes venenosa que não se intimidam com a luz das fogueiras.

Se uma pessoa for mordida lá em cima, será muito difícil chegar à cidade à tempo de ser socorrida. Quem escala essa montanha disposto a passara noite, só vai conseguir sair de lá quando amanhecer.

O guarda florestal diz que não acredita em histórias sobrenaturais, mas segundo ele, Kalkajaka oferece um terreno extremamente perigoso e desafiante. O tipo do lugar onde o menor descuido pode resultar em um acidente fatal.

Outro morador de Cooktown e um dos maiores pesquisadores a respeito das “Montanhas Negras” é Hans Lowel, que afirma ter explorado o local várias vezes.

Hoje um sexagenário, Hans desistiu de suas aventuras e se dedica a compilar os mitos e lendas aborígenes sobre a região. Ele afirma que os mistérios das montanhas vão muito além de meros rumores espalhados por nativos supersticiosos e exploradores bêbados.

"Existem registros que mencionam eventos inexplicáveis por essas bandas", conta ele sorrindo enquanto mostra alguns antigos papéis amarelados cuidadosamente guardados em caixas de arquivo no seu apartamento. Um desses papéis é o relatório de um policial de Cooktown, o Sargento McGuillian, escrito há mais de 70 anos.

Segundo o relatório de McGuillian os casos estranhos começaram logo depois da chegada dos primeiros colonos que se estabeleceram na região. O primeiro acidente fatal reportado, data de 1877; a vítima foi um homem chamado Grayner, que estava explorando as montanhas e caiu em um fosso.

Seu corpo foi encontrado dias depois, "a cabeça torcida em um ângulo estranho" segundo testemunhos da época e "seus ossos estavam todos partidos". Algum tempo depois, um ladrão de banco chamado Sugarfoot Jack e dois comparsas se esconderam nas “Black Mountais”, após um tiroteio.

As autoridades procuraram pelos bandidos, mas tudo o que encontraram foi um acampamento arruinado que tinha sido abandonado. Na pressa, os bandidos haviam deixado para trás até o dinheiro do roubo e seus cantis de água.

Os policiais encontraram sinais de luta e rastros de sangue que terminavam abruptamente num despenhadeiro. Treze anos depois, o delegado de Cooktown desapareceu nas montanhas enquanto procurava um prospector que também havia sumido.

Grupos de busca encontraram rastros que conduziam para uma ravina e no fundo dela acharam uma mochila que pertencia ao policial, mas nada de seu paradeiro.

Os rumores a respeito de ouro nas “Black Mountains” atraíram vários prospectores no começo do século e muitos deles simplesmente foram engolidos pela montanha. Os números não são oficiais, mas algo entre 25 e 70 pessoas teriam sumido durante esse período.

Um dos casos mais famosos envolve um fazendeiro chamado Harry Owens, proprietário do “Rancho Oakley Creek”. Em 1924 ele subiu as montanhas à cavalo, em busca de um novilho que havia se desgarrado.

Quando Owens não voltou, seu capataz, George Hawkins, alertou a polícia, e foi em busca do patrão. Quando as autoridades se juntaram a busca, Hawkins também havia desaparecido. Dois aborígenes que trabalhavam para a polícia como rastreadores encontraram rastros que conduziam a uma caverna natural.

Os dois aborígenes entraram na caverna rochosa, mas apenas um voltou aterrorizado. Ele balbuciou coisas sem sentido e disse ter sido perseguido por monstros horríveis que viviam dentro da caverna.

Em 1947, dois exploradores britânicos decidiram mapear essas cavernas a fim de determinar o que havia acontecido anos antes. Encontraram várias pinturas rupestres nas paredes e vestígios de que as cavernas haviam sido habitadas num passado remoto por nativos, mas não acharam nenhum sinal das pessoas que desapareceram em seu interior.

Nas décadas seguintes os rumores continuaram, viajantes ocasionais sumiam ou morriam em Kalkajaka, o que ajudou a consolidar a sua fama de assombrada.

Os mistérios das “Black Mountains”, no entanto, podem ter uma explicação mais razoável: Aqueles que não conseguem encontrar a trilha através do labirinto de pedras, simplesmente não conseguem retornar. Se perder nesse terreno é especialmente perigoso já que não há comida ou água para garantir a sobrevivência por muito tempo.

Além disso, as serpentes venenosas são um perigo constante. A paisagem escura e desolada pode desencadear a perda de orientação e qualquer descuido, como por exemplo cair em um recesso pode ser fatal.

Uma vítima despencando em uma fissura natural, pode simplesmente desaparecer e jamais vir a ser achado. Os sons estranhos ouvidos podem ser decorrentes de rochas se partindo com o calor acachapante ou o assovio furioso do vento dentro das cavernas.

Mas diante de tantas estórias e lendas, é virtualmente impossível afastar o temor despertado por Kalkajaka. (Fonte: Blog Mundo Tentacular)


domingo, 5 de janeiro de 2020

Japonesa de 117 anos é a mulher mais velha do mundo

A japonesa Kane Tanaka, amante das matemáticas e que considera que o melhor momento de sua vida é “agora”, ampliou seu recorde como a pessoa mais velha do mundo, ao comemorar seu aniversário de 117 anos em um lar de idosos em Fukuoka, no sul do Japão

Tanaka, que foi confirmada no ano passado como a pessoa viva mais velha, marcou seu aniversário com uma festa neste domingo, ao lado de funcionários e amigos da casa de repouso em que vive, na província de Fukuoka.

A emissora local TVQKiushu mostrou imagens da festa, com Tanaka mordendo uma fatia de seu grande bolo de aniversário. "Saborosa", ela disse com um sorriso. "Eu quero mais."

Tanaka tem um apetite forte e gosta de doces. Ela bebe três latas de café por dia, refrigerantes e várias bebidas nutricionais. Costuma acordar às seis horas da manhã. À tarde, estuda Matemática e pratica caligrafia.

Atribui sua longevidade à fé em Deus, a família e sono. Em julho de 2018, ela disse que gostaria de viver até 120 anos, ou seja até 2023.

Ela nasceu em 2 de janeiro de 1903, ano em que os irmãos Orville e Wilbur Wright fizeram o primeiro voo motorizado da história, início da aviação moderna. É o sétimo filha do casal Kumakichi e Kuma Ota na aldeia de Wajiro (agora parte de Higashi-ku , Fukuoka ), província de Fukuoka, Japão, na ilha de Kyushu, no sul .

Nascida nos últimos anos da era Meiji, Tanaka era prematura e criada no leite materno de enfermeiras. Durante a Segunda Guerra Mundial, ela trabalhou em uma loja que vendia macarrão Shiruko, com o marido Hideo, com quem se casou em 1922. Teve quatro filhos com ele e adotou um quinto.

Depois que Hideo e seu filho morreram durante a guerra, ela continuou trabalhando na loja antes de se aposentar aos 63 anos. Na década de 1970, ela visitou os Estados Unidos, onde tem várias sobrinhas e sobrinhos.

Aos 103 anos, Tanaka foi diagnosticada com câncer de cólon. Quando ela tinha 107 anos, seu filho escreveu um livro sobre ela, que discute sua vida e longevidade e é intitulado "In Good and Bad Times, 107 Years Old". Ela foi entrevistada pelo KBC em setembro de 2017, quando tinha 114 anos.

“Um de seus passatempos favoritos é o Reversi (Othello). Ela se tornou uma especialista nesse jogo de tabuleiro e costuma ganhar do pessoal da casa”, acrescenta a organização do Guinness.

Conhecido pela alta expectativa de vida de seus habitantes, o Japão pode ser orgulhar de ser o país com a população mais longeva, incluindo Jiroemon Kimura, que faleceu em junho de 2013, aos 116 anos, e que ostenta o recorde de longevidade masculina, assim como Masazo Nonaka, falecido em janeiro de 113 anos, quando era o homem mais velho do mundo.

Segundo o Guinness, o recorde de longevidade – para homens e mulheres – oficialmente comprovado é da francesa Jeanne Calment, falecida em 1997, aos 122 anos e 164 dias.

Pesquisadores russos questionaram esse marco, recentemente, sem conseguirem convencer especialistas franceses, que examinaram o caso em janeiro passado. (Fonte: Wikipedia)


sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

O avião fantasma da Segunda Guerra

A Segunda Guerra Mundial foi palco de algumas das mais incríveis batalhas aéreas da história. Visões de OVNIs e objetos estranhos ainda são discutidas, mas ninguém discorda que o incidente do “Bombardeiro Fantasma” B-17 foi algo impressionante.

Quando os investigadores conseguiram finalmente entrar nesse misterioso bombardeiro que pousou sozinho, surgiram mais perguntas do que respostas. Eles não estavam preparados para o que encontrariam ali — você já viu alguma coisa do tipo?

Em 23 de novembro de 1944, algo aconteceu numa base aliada em Kortenberg, na Bélgica, que ainda não foi completamente explicado. Naquele dia, um bombardeio americano B-17 estava se aproximando de três pontos de defesa antiaérea dos Aliados, e parecia que o avião cairia bem em cima deles.

Os soldados no chão perceberam que o trem de pouso do bombardeiro estava abaixado, e devido à maneira pela qual ele estava voando, eles admitiram que o avião havia sido danificado ou alguém da tripulação estava machucado.

Ele estava descendo rápido, e o bombardeiro de 15 toneladas estava caindo do céu bem na direção deles — eles se agacharam e se prepararam para o impacto.

O bombardeiro passou muito perto da defesa antiaérea e atingiu o chão como uma rocha. A força extrema do impacto fez com que o gigantesco bombardeiro virasse de um jeito estranho e batesse as asas no chão. Pedaços de hélice foram arremessados para todo lado.

O bombardeiro finalmente parou a cerca de 30 metros da defesa antiaérea. Os motores continuaram funcionando enquanto as testemunhas seguravam a respiração.

Eles esperaram, esperaram e esperaram um pouco mais, mas ninguém saiu da “Fortaleza Voadora”. Os soldados no chão começaram a se perguntar, “onde raios está a tripulação?”.

Os homens no chão certamente não sabiam o que pensar e definitivamente não sabiam como ajudar. Não veio nenhum pedido de socorro do avião, e os homens posicionados na defesa antiaérea estavam preocupados desde o início. Cinco minutos se passaram e ninguém saiu do avião. Passaram-se mais 10, 15 minutos, e nenhum sinal de vida.

Afinal de contas, era a “Segunda Guerra Mundial”, e táticas de aproximação furtiva eram utilizadas por ambos os lados. O avião permaneceu estranhamente quieto.

A ansiedade começou a aumentar enquanto os motores continuavam funcionando. Após 20 minutos, finalmente, um major britânico chamado John V. Crisp decidiu investigar, mas até mesmo Crisp estava nervoso e iniciou as buscas com extremo cuidado.

Os homens no chão certamente não sabiam o que pensar e definitivamente não sabiam como ajudar. Não veio nenhum pedido de socorro do avião, e os homens posicionados na defesa antiaérea estavam preocupados desde o início.

Cinco minutos se passaram e ninguém saiu do avião. Passaram-se mais 10, 15 minutos, e nenhum sinal de vida.

A ansiedade continuou crescendo. As hélices ainda giravam, mas sem sinal da tripulação. O major Crisp começou a investigar a parte externa do avião.

Não por estar procurando por algo, mas porque ele não era um aviador, portanto precisou de algum tempo para descobrir como entrar no avião.

O major Crisp era um oficial do exército britânico e estava acampado perto dali com o resto da sua unidade. Ele estava sozinho quando conseguiu entrar no avião, e agora estava prestes a descobrir algo incrível sobre aquela aeronave.

O major Crisp estava apreensivo em sua busca, pois esperava encontrar homens mortos ou feridos. Afinal de contas, por que ninguém teria saído do avião? Ele atravessou a fuselagem em que geralmente ficava a maior parte da tripulação de um B-17G.

O major encontrou algumas barras de chocolate pela metade, e mais tarde comentou, “havia evidência de ocupação recente por todo lugar”, mas ele não conseguiu encontrar ninguém a bordo daquele B-17G.

O que ele encontrou foram 12 paraquedas sem uso, o que era estranho, já que sua busca havia revelado que não havia uma única pessoa a bordo do avião.

O major Crisp era a única pessoa a bordo e continuava sua busca por pistas que indicassem o que aconteceu com a tripulação. Ele foi até o cockpit e não notou nada suspeito. Em outras palavras, o avião não apenas tinha voado sozinho, mas também pousado sozinho.

Após algumas tentativas, o major Crisp conseguiu desligar os motores do avião. Ele também encontrou os registros da aeronave e percebeu que havia algumas palavras escritas.

Mas onde estava a tripulação? As investigações posteriores deixariam as forças aliadas perplexas, e a história da “Fortaleza Fantasma”, como a revista Stars and Strips chamou o avião, começou a circular.

O incidente foi reportado e uma investigação começou imediatamente, já que os comandantes temiam pelo pior. Para complicar ainda mais as coisas, o B-17G que pousou sozinho não tinha nem nome. O major Crisp reportou o incidente aos seus superiores, e uma equipe foi enviada para investigar.

Os investigadores chegaram e encontraram o número de série do bombardeiro, e isso permitiu que os comandantes da 8ª Força Aérea dos Estados Unidos identificassem o avião como parte do 91º Grupo de Bombardeiros, que era um contingente de B-17Gs que operavam na região da Ânglia Oriental, no leste da Inglaterra. O avião havia realmente decolado de lá com sua tripulação, mas eles haviam sumido.

Assim que o esquadrão e o avião foram identificados, começaram a se perguntar sobre a tripulação e o que aconteceu com ela. O avião estava cheio de evidência de que eles estiveram a bordo em algum momento. A tampa das bombas havia sido removida, o que acontece durante um ataque.

Os paraquedas eram o maior mistério, já que embora eles estivessem a bordo, algum tempo depois todos os tripulantes do avião foram localizados.

Eles estavam sãos e salvos em uma base aérea na Bélgica. Os investigadores estavam surpresos com o que haviam encontrado e resolveram ir mais a fundo.

A missão desse B-17G era bombardear a refinaria de petróleo Leuna em Merseburg, na Alemanha, que era um alvo perigoso devido à sua localização na parte oriental da Alemanha. Nesse ponto da guerra, os Aliados estavam bombardeando alvos alemães o dia inteiro.

Os britânicos bombardeavam os alvos alemães à noite, enquanto tripulações americanas, que saíam da Inglaterra e da Itália, bombardeavam durante o dia.

Como a precisão dos bombardeios era um grande problema, os estrategistas de guerra americanos insistiam em missões de dia para realizar ataques mais precisos — isso deixava os bombardeiros americanos muito mais vulneráveis. Durante a busca de Crisp, ele encontrou um registro do navegador da aeronave que dizia “Sob ataque”.

O tenente Harold R. DeBolt era o piloto do B-17G, e embora o avião fosse novo, ele era um piloto experiente. O bombardeiro fez uma boa viagem até a Alemanha, quando o grupo começou o bombardeio. Por alguma razão, o avião não conseguia manter a mesma altitude do resto do grupo.

Foi quando uma bateria antiaérea alemã abriu fogo contra o bombardeiro que voava mais baixo e acertou dois tiros. O compartimento de bombas foi atingido e por algum milagre não detonou as bombas.

“Nós fomos atingidos no compartimento de bombas”, disse o tenente DeBolt. “Eu nunca saberei por que as bombas não explodiram”.

Um dos motores havia sido danificado por um ataque direto, apesar do fato de que quando o avião estava se aproximando para pousar, todos os quatro motores ainda estavam funcionando. Os tripulantes sabiam dos riscos que corriam ao voar baixo, sozinhos e sobre território inimigo.

O clima permaneceu péssimo durante todo o dia, e o avião passou por muitos problemas durante o voo — as condições climáticas na Europa eram terríveis em 1944.

Com um motor sem funcionar e um compartimento de bombas com problemas, o tenente DeBolt decidiu abandonar o bombardeio e retornar à base em Ânglia Oriental, na Inglaterra.

O tenente DeBolt aplicou o máximo de potência que podia nos motores, mas o avião continuou perdendo atitude aos poucos. Então ele ordenou que a tripulação se livrasse de todos os equipamentos; eles seguiram as ordens, mas o avião continuou caindo.

A tripulação tinha esperança de que o avião chegaria à base aérea, mas a situação piorava a cada momento. Então, de repente, um segundo motor parou de funcionar, e o tenente DeBolt não teve escolha; ele teria que dar a ordem para abandonar a aeronave.

Ele colocou o avião num percurso em direção à Bélgica e ordenou que a tripulação preparasse os paraquedas.

O avião não conseguia manter sua altitude após o ataque, e o piloto Harold R. DeBolt teve de dar meia-volta. Quando o segundo motor foi comprometido e parou de funcionar, DeBolt sabia que o avião não chegaria ao Canal da Mancha.

Foi quando ele direcionou o avião para Bruxelas, na Bélgica, que era onde ficava a base da 8ª Força Aérea dos Estados Unidos. A tripulação abandonou o avião e DeBolt foi o último a sair. Ele colocou o avião no piloto automático e pulou. Eles acreditavam que o avião não demoraria a cair.

Um avião voando sozinho não eram algo incomum na “Segunda Guerra Mundial”, mas um B-17G com dois motores tinha poucas chances de permanecer no ar nessas condições.

A tripulação acompanhou o avião voando, mas uma enorme nuvem fez com que eles o perdessem de vista. Sem a tripulação saber, o avião continuava voando quando eles chegaram ao solo.

É incrível que o avião tenha voado por quilômetros sozinho com apenas metade dos motores funcionando, mas parece que foi o que aconteceu.

O capitão reportou que ele e sua tripulação haviam abandonado a aeronave perto de Bruxelas, na Bélgica. Para os investigadores, essa era uma explicação que fazia sentido, mas ainda havia algumas discrepâncias a serem resolvidas.

Havia uma tripulação sem paraquedas, um avião que voou sozinho por quilômetros com motores destruídos e discrepâncias no relatório da investigação — o que tornava essa história do bombardeiro fantasma muito confusa e estranha.

As chances de um avião sem nome ir tão longe e ainda pousar sozinho eram mínimas. De todas as possibilidades do que poderia acontecer com o avião no ar, é inacreditável que o avião tenha pousado sozinho — o que, naquelas condições, seria difícil até mesmo com um piloto.

Parte do mistério gira em torno de uma questão: por que havia relatórios conflitantes entre o que os soldados no local do impacto viram após o pouso do avião e a versão da tripulação dos eventos antes de abortarem a missão? A tripulação reportou que durante a sua missão, um motor foi destruído e outro parou de funcionar.

No entanto, os soldados no local reportaram que todos os quatro motores estavam intactos — até um ser destruído durante o pouso — quando o avião estava se aproximando.

Embora ambas as versões tenham sido registradas na investigação oficial, a contradição nunca foi resolvida. Havia algum furo na história da tripulação?

Outra discrepância que nunca foi realmente resolvida era o fato de que os tripulantes haviam reportado que estavam sendo atacados, e por isso eles decidiram abortar a missão. No entanto, o major Crisp e os outros soldados não reportaram qualquer dano físico no avião que indicasse um ataque.

No entanto, devido ao pouso violento do avião, uma explicação possível para a discrepância é que Crisp e os outros soldados não eram treinados para identificar a diferença entre danos de um ataque inimigo e danos causados pelo pouso violento.

Se a história da tripulação era verdadeira, é bizarro que o major Crisp tenha encontrado todos os paraquedas a bordo. Apesar de ser plausível que eles tenham decidido abandonar a aeronave se eles acreditavam que ela havia sofrido muitos danos, é difícil entender como eles saíram do avião sem paraquedas.

Infelizmente, o relatório oficial não resolve essa discrepância, então talvez nunca saibamos por que os paraquedas foram deixados para trás.

E como a tripulação teria sobrevivido após pular do avião sem utilizar os paraquedas? A única resposta remotamente possível é que talvez o major Crisp tenha identificado as mochilas dos paraquedas, mas não havia paraquedas dentro delas — porque eles haviam sido utilizados. Mas o relatório não trata oficialmente dessa questão, portanto nunca saberemos ao certo.

Talvez o major Crisp tenha entendido errado, e talvez os soldados no local do impacto também, mas o fato mais impressionante permanece: o B-17G conseguiu pousar sozinho.

O B-17G era uma aeronave muito robusta e resistente que podia suportar fortes danos. O tenente DeBolt fez o que achou melhor para a sua tripulação, mas o seu avião estava determinado a levar todos eles para casa.

O B-17 também estava determinado a levar a sua tripulação para casa. Mesmo com apenas uma asa e meia, ele conseguiu pousar. Mas pelo menos esse avião tinha um piloto e uma tripulação dentro. Aviões têm a função de piloto automático, mas não são capazes de pousar sozinhos! (Por Stephanie Faratiana, da Trends Catchers)


domingo, 15 de dezembro de 2019

A incrível história de Bobby Dunbar

A história de Robert Clarence Dunbar, “Bobby”, nascido em abril de 1908, começou quando os seus pais, Lessie e Percy Dunbar, decidiram escapar um pouco das altas temperaturas de onde moravam em Opelousas, no estado de Louisiana.

Numa época em que não existia ar condicionado, a única maneira de conseguir sobreviver ao mormaço do verão era procurando refúgio em lagos, rios ou riachos fora da cidade, e foi exatamente o que a família decidiu fazer.

No dia 22 de agosto de 1912, Lessie e Percy Dunbar pegaram os três filhos e viajaram até o Lago Swayze, situado em St. Landry Parish, onde costumavam passar os fins de semana em uma cabana que os pertencia na área de acampamento.

A manhã de uma sexta-feira, 23 de agosto, começou com um lindo dia ensolarado e a promessa de que a família toda se divertiria, e assim o fizeram.

Mais tarde, quando já anoitecia, Percy Dunbar deixou a sua cabana para trabalhar em um projeto e depois decidiu se juntar a um grupo de amigos que estavam pescando não muito longe de onde ele estava acampado com a família.

Quando o homem voltou para a sua cabana, a primeira imagem que se deparou foi de Lessie envolta em perturbação e com os seus outros dois filhos mais novos ao seu redor. Ela então deu a terrível notícia: Bobby Dunbar, o primogênito deles de apenas quatro anos de idade, havia desaparecido.

Rapidamente, o casal procurou as autoridades e uma busca massiva teve início. A princípio, os policiais e até mesmo Percy e Lessie Dunbar temiam que Bobby tivesse escorregado e caído dentro do lago, por isso boa parte da equipe se concentrou em inspecionar a água.

Em menos de 24 horas, a hipótese de um afogamento começou a ser repensada quando encontraram o boné do garotinho em meio as árvores e num ponto muito afastado das margens perigosas do lago.

A pequena cidade ferveu de empatia pelo desespero dos pais, principalmente de Lessie, que ficou doente de culpa e sentia como se tivesse matado o próprio filho por conta de seu leve descuido.

Solidarizados, centenas de voluntários começaram a surgir para ajudar a encontrar qualquer pista que pudesse determinar o paradeiro de Bobby. Em duas semanas de caçada, eles conseguiram encontrar apenas algumas pegadas ao longo dos trilhos da ferrovia, o boné de Bobby e um de seus sapatos.

Desesperados em eliminar por definitivo qualquer sombra de dúvida ou possibilidades, eles decidiram dinamitar o lago para ver se o corpo do garotinho estava enroscado na lama acumulada no fundo, visto que o Lago Swayze era uma espécie de pântano, com muita alga e terra. Contudo, a única coisa que boiou foi a carcaça mutilada de um cervo.

Embora a polícia estivesse chegando à derradeira conclusão de que Bobby havia caído e se afogado no lago, ou de alguma maneira se perdido na floresta cerrada nas cercanias do local, o casal ainda estava convencido de que o filho estava vivo.

Percy apostava em um sequestro e estava tão determinado a descobrir que chegou a oferecer uma recompensa de U$1.000 a quem pudesse ter visto o pequeno Bobby ou até o encontrasse.

Em oito meses, com a esperança dos pais extremamente fragilizada, o desaparecimento de Bobby Dunbar já havia se tornado um caso nacional, com a foto dele estampada em milhares de jornais e revistas espalhadas por outras partes dos Estados Unidos. Ainda assim, tudo apontava para um beco sem saída de falta de informações.

Até que no dia 21 de abril de 1913, as autoridades entraram em contato com Percy e Lessie Dunbar com a notícia surreal de que haviam encontrado uma criança em Foxworth, Mississipi, durante uma blitz policial numa rodovia, cujas características físicas batiam com as de Bobby. O garoto estava acompanhado de um homem chamado William Cantwell Walters, natural da Carolina do Norte.

Imediatamente, o casal viajou de trem para o Mississipi em busca de confirmar a identidade do garoto. Depois de passar dois dias fazendo perguntas e examinando detalhadamente o corpo do menino para comparar marcas, os pais chegaram à conclusão que aquele de fato era o Bobby deles, principalmente com o filho mais novo, Alonzo, reconhecendo o irmão.

Ainda que nem mesmo Bobby tenha atendido pelo próprio nome quando foi chamado pela família, os oficiais decretaram que a criança estava livre para embarcar no primeiro trem de volta à sua vida.

Enquanto isso, porém, durante o interrogatório do possível sequestrador, William Walters, uma história diferente era contada. Segundo o homem, aquela criança era o filho legítimo de uma mulher chamada Julia Anderson Floyd, que trabalhava na casa de sua família, e que havia permitido que o filho estivesse com ele. Mas a polícia não acreditava em sua versão, afinal de contas os pais haviam reconhecido o garoto.

Não demorou muitos dias para que Julia Anderson fosse informada e viajasse de Barnesville, na Carolina do Norte, até Louisiana para reclamar que aquele Bobby que haviam reconhecido, na verdade se tratava de seu filho, Charles Bruce Anderson.

A polícia resolveu dar a Julia o benefício da dúvida e permitiu que ela identificasse o garoto, porém o fato de ela ter levado mais do que imediatamente para reconhecer o próprio filho quando ficou frente a frente com este, foi o suficiente para as autoridades terem certeza de que ela era uma impostora e mentirosa.

Julia tentou persuadi-los dizendo que não via o garoto há 13 meses, embora, em depoimento, tenha dito que havia o entregado para Walters por apenas dois dias de viagem.

O caso foi levado ao tribunal e, desde o princípio, nenhuma condição estava favorável à Julia Anderson. Ela havia tido três filhos sem uma relação estável — o que era algo malvisto para a época —, sendo que foram erguidas fortes acusações de que um deles era de seu chefe, o pai de William Walters.

Em adição a isso, havia também a indiscutível questão de que Julia não havia feito nada enquanto os 13 meses que o menino ficou desaparecido na companhia de William.

Julia Anderson seguiu alegando que a criança era sua e que estava sendo sequestrada pelos Dunbars ao ser mantida com eles. O juiz, no entanto, concedeu a tutela legal e total do garoto a Leslie e Percy Dunbar.

Enquanto considerou William Cantwell Walters culpado por sequestro — crime de altíssima gravidade em Louisiana naquele tempo — e chegou a ficar preso por dois anos.

O garoto foi criado como Bobby Dunbar durante toda a sua vida. Quando adulto, ele deu entrevistas a vários jornais contando como a sua infância foi incrível, apesar daquele pequeno transtorno que passara ainda pequeno.

Bobby disse que se lembrava de quando foi levado por Walter e todos os meses que passara longe da família, com Julia e William repetindo constantemente que ele não era filho de Percy e Leslie, de que ele era um Walter. As memórias eram poucas e não muito claras por conta do tempo, mas ainda ecoavam no fundo dele. 

O homem acabou se casando, teve quatro filhos e, depois de sepultar os pais, foi a sua vez de acolher a morte em 1963, sendo deitado em seu túmulo sob o nome de Robert Clarence Dunbar.

No ano de 2004, o filho de Bobby, Robert Dunbar Jr, sabendo de toda essa herança familiar e depois de muito tempo convivendo com algumas dúvidas, se uniu ao seu primo, o filho de Alonzo Dunbar, e finalmente realizaram um teste de DNA.

O resultado definiu de que os dois homens não possuíam nenhum grau de parentesco. Bobby Dunbar não era Bobby Dunbar, mas na verdade Charles Bruce Anderson.

Por gerações, um lado da árvore genealógica havia enraizado suas histórias familiares em um grande e irreversível erro. As perguntas se empilham: o que aconteceu com o verdadeiro Bobby Dunbar naquela noite de 23 de agosto de 1912?

Ele se afogou e foi devorado por crocodilos no Lago Swayze? Leslie e Percy Dunbar fizeram algo de errado e usaram disso como uma grande fachada para encobrir um possível crime? Afinal, de onde vieram as memórias de “Bobby” a respeito de um sequestro por parte dos Walters que não existiu?

A única certeza de tudo isso é de que Julia Anderson foi enterrada depois de anos em profunda depressão sabendo que só havia falado a verdade, apesar de tudo. (Fonte: Mega Curioso)


quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

A misteriosa bateria de Bagdá

Na década de 30, o arqueólogo alemão Wilhelm Konig descobriu em um vilarejo próximo a Bagdá, no Iraque, um misterioso vaso de argila de 13 centímetros de altura, contendo um cilindro de cobre que encerrava uma barra de ferro.

O artefato mostrava sinais de corrosão, e testes realizados na peça revelaram a presença de alguma substância ácida, possivelmente vinagre ou vinho. Em outras palavras, o arqueólogo havia encontrado uma antiga pilha.

No entanto, o mais curioso é que o objeto foi datado em aproximadamente 200 anos antes de Cristo e, afinal, para que as pessoas de 2 mil anos atrás precisariam de uma pilha?!

No total foram encontradas cerca de 12 baterias, e mesmo depois de tantas décadas desde o seu descobrimento, elas continuam intrigando os pesquisadores e gerando muitas discussões.

Existem muitas controvérsias envolvendo as pilhas, começando pela própria descoberta dos artefatos. Há poucos registros sobre as escavações, que foram pobremente documentadas pelo arqueólogo alemão.

Portanto, até hoje não existe um consenso se Konig coletou os objetos do tal sítio arqueológico ou se os encontrou nos porões do Museu de Bagdá, depois de ter se tornado diretor da instituição.

A idade das baterias também é discutida, já que o estilo dos vasos pertenceria a um período posterior — entre 225 e 640 d.C. —, tornando os objetos muito mais “jovens” do que o apontado por Konig.

No entanto, a maior discussão mesmo fica por conta da utilidade dos misteriosos objetos, pois simplesmente não existe qualquer registro histórico que se refira a eles. Teriam os persas antigos algum conhecimento sobre os princípios da eletricidade?

Independente das discussões sobre onde foram encontradas e se os antigos tinham conhecimento suficiente para fabricá-las, o fato é que as baterias eram capazes de conduzir uma corrente elétrica, fato comprovado por diversas réplicas criadas por pesquisadores em todo o mundo.

Embora ninguém saiba dizer ao para que eram empregadas, as réplicas indicam que as baterias eram capazes de produzir voltagens entre 0,8 e quase 2 volts. E mais: se fossem conectadas — apesar de nunca terem sido descobertos fios condutores entre os artefatos, infelizmente —, as baterias poderiam produzir voltagens bem mais altas.

Há quem acredite que as baterias fossem utilizadas pelos antigos médicos persas para tratar a dor através de pequenos choques. Outras teorias apontam que os objetos poderiam ter sido empregados na galvanização de superfícies metálicas, para embelezar joias, produzir moedas ou outros itens.

Existe também a hipótese de que os artefatos ficassem escondidos em estátuas ou ídolos religiosos de metal, dando pequenos choques em quem os tocassem.

Contudo, nenhuma divindade de metal que pudesse conter as baterias jamais foi encontrada, e não existem registros confiáveis sobre a réplica do suposto processo de galvanização em laboratório.

Portanto, a não ser que alguém invente uma máquina do tempo que nos permita voltar e conferir para qual finalidade as baterias de Bagdá eram utilizadas, elas continuarão sendo um dos maiores mistérios arqueológicos do mundo. (Fonte: Mega Curioso)


terça-feira, 26 de novembro de 2019

Dilúvio de cerveja em Londres

O “dilúvio” de cerveja de Londres, também conhecido como “Inundação de Cerveja de Londres”, ocorreu em 17 de outubro de 1814 na freguesia de “St. Giles”.

Na cervejaria da “The Meux e Brewery Company”, um enorme tonel contendo mais de 135.000 galões imperiais (610.000 litros) de cerveja rompeu, causando a ruptura de outras cubas no mesmo edifício, que sucumbiram em um efeito dominó.

Como resultado, mais de 323.000 galões imperiais (1.470.000 litros) de cerveja estouraram e jorraram para as ruas. A onda de cerveja destruiu duas casas e desmoronou o muro da “Tavistock Arms Pub”, matando uma adolescente, Eleanor Cooper, sob os escombros.

A cervejaria estava localizada entre as casas pobres e cortiços de “St Giles”, onde famílias inteiras viviam em quartos em porões, que rapidamente ficaram cheios de cerveja. Oito pessoas morreram afogadas na enchente.

A cervejaria foi finalmente levada a tribunal em razão do acidente, mas o desastre foi considerado como um "ato de Deus" pelo juiz e júri (como paralelo com nossa legislação, seria considerado Força maior), não responsabilizando ninguém.

A empresa teve dificuldades para lidar com as consequências financeiras da catástrofe, com uma perda significativa das vendas agravada porque já tinha pago os impostos sobre a cerveja.

Os proprietários da cervejaria fizeram uma bom discurso ao Parlamento, reclamando o direito de ter o dinheiro do imposto devolvido, o que foi concedido e lhes permitiu continuar a fabricação de cervejas.

A cervejaria foi demolida em 1922, e hoje o "Dominion Theatre" ocupa uma parte do local onde ela ficava. Ao final, houve um total de 18 mortes. ( Fonte: Wikipédia)

A cervejaria onde aconteceu o "dilúvio".